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Projeto cultural valoriza a literatura paranaense e a oralidade

Resgatar as brincadeiras de infância – como as cantigas de roda, adivinhas parlendas, quadrinhas populares – valorizar o folclore paranaense e brasileiro, estimular a contação de histórias e incentivar o convívio familiar com mais regularidade e qualidade.

Esses são os principais objetivos do projeto cultural gratuito “Minha Avó Me Contou – Literatura Paranaense e Tradição Oral” – que será realizado entre 16 de agosto a 15 de novembro deste ano.

A ação foi idealizada e desenvolvida pela atriz, contadora de histórias e escritora Lilyan de Souza, junto com parceiros como o ator e contador de histórias Rafael Di Lari, o intérprete e bonequeiro Lucas Mattana, os atores Fabiane de Cezaro e Lucas Buchile – todos integrantes da Inominável Companhia de Teatro – além do músico Joelson Cruz, a artista visual Manu Assini e o produtor cultural Cristiano Nagel.

“Desejamos que haja um encontro de gerações entre avós e netos, pais e filhos e que todos se divirtam com as histórias dos livros, a oralidade, a sonoridade das palavras, a troca de afetos, o diálogo, as brincadeiras clássicas e as atividades propostas”, explica Lilyan.

Variedades literárias

Inicialmente concebido para acontecer de forma presencial, as ações foram adaptadas para o universo digital – em virtude da pandemia – e serão exibidas pelo YouTube, Instagram, Facebook, Spotify e Castbox.

“Serão 40 episódios de podcasts compostos por histórias da literatura infantil e infantojuvenil de autores paranaenses como Adriana Barretta Almeida, Alice Ruiz, Álvaro Posselt, Anderson Novello, Carol Sakura, Célia Cris Silva, Glória Kirinus, Josiane Mayr Bibas, Liana Leão, Lilyan de Souza, Márcio R. Garcia, Silviane Scliar Sasson e Sueli Araújo. Também haverá lendas e contos populares do Brasil e do mundo nas versões de Flávio Moreira da Costa, Lilyan de Souza, Maria Fernanda Campos, Neil Philip e Ricardo Azevedo. Eles serão apresentados com elementos da tradição oral e executados pelo músico Joelson Cruz”, conta Rafael di Lari.

O projeto apresenta ainda quatro textos inéditos de Lilyan de Souza, que também é escritora e mediadora de leitura. Serão duas narrativas infantis – [Neli, do tamanho de um enorme coração e Filipina e Filomena, duas gatas bem pequenas] – e outras duas lendas paranaenses [A missão divina da Gralha Azul e A lenda das Cataratas do Iguaçu: Tarobá e Naipi].

Contrapartida social

Além disso, o Minha Avó Me Contou também quer gerar outros impactos positivos na sociedade. Por isso, vai oferecer gratuitamente uma Vídeo-Oficina de Bonecos dividida em 10 episódios que ensinará a confecção e a manipulação de marionetes, em diferentes técnicas e desafios.

“Avós, pais, tios, professores, educadores e pedagogos poderão fazer, testar e se divertir com esses títeres”, fala o artista, ator e bonequeiro Lucas Mattana, que vai ministrar a atividade.

Paralelamente, haverá dois Saraus de Histórias da cultura paranaense apresentados pelos contadores de histórias Fabiane de Cezaro e Lucas Buchile, também acompanhados do músico Joelson Cruz.

Arquivo de sensações

Segundo Lilyan de Souza, o projeto será um verdadeiro “arquivo de sensações” e lembranças carinhosas. Em março de 2019, a atriz se despediu de sua avó paterna, mas as boas recordações permaneceram.

“A imagem dela sentada ao lado do fogão à lenha, contando causos e histórias variadas, fazendo advinhas, narrando rimas em parlendas e quadrinhas, cantarolando cantigas de roda, distribuindo doces e bolachas feitas em casa, construindo laços e afetos despertam memórias que aquecem o coração. Esse projeto é uma forma de homenageá-la e eternizá-la”, explica.

Ao mesmo tempo, a sócia-fundadora da Inominável Companhia de Teatro recomenda que as famílias não esqueçam as tradições orais, suas histórias e narrativas literárias. “Envolver crianças, jovens, adultos e idosos numa nuvem de palavras e melodias é o caminho para manter uma sociedade interessada na continuidade de suas manifestações culturais. Uma população que valoriza suas raízes e identidade se torna mais feliz e consciente”, complementa.

O projeto foi aprovado pelo edital do Fundo Municipal de Cultura 034/2020 – Apoio a Festivais, Mostras e Manifestações Culturais Tradicionais – e será realizado com recursos do Programa de Incentivo à Cultura, Fundação Cultural de Curitiba e da Prefeitura Municipal de Curitiba.