O projeto cultural “Leituras Urbanas: Literatura nas Ruas da Cidadania” – que desde novembro do ano passado se dedica a incentivar a escrita e o hábito da leitura no país de maneira virtual – acaba de ganhar mais uma atividade extra.
Trata-se de um Ciclo de Leituras em que será debatido o livro “O Mez da Grippe” do escritor Valêncio Xavier. Os encontros vão de hoje (dia 25) ao dia 28 de maio, sempre às 19h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site. A mediação será feita pelo ator, produtor e contador de histórias Cristiano Nagel.
Para participar, não é necessário leitura prévia e nem qualquer conhecimento anterior sobre o autor ou a obra. Basta gostar de livros, leitura e histórias. Quem desejar receber um certificado da organização precisa ter frequência mínima de 75% nos encontros.
Enredo
Publicado numa brochura em 1981, “O Mez da Grippe” é uma novela que tem, a princípio, o objetivo de narrar o período em que ocorreu o surto da gripe espanhola em Curitiba – do final de outubro ao início de dezembro de 1918; época em que também se desenrolava o fim da Primeira Guerra Mundial.
Parte do enredo é formado por uma mescla entre recortes de jornais, fotografias, depoimentos de sobreviventes, anúncios, quadras eróticas, colagem, deslocamentos temporais, absurdo, ironia, comicidade. Tudo escrito pela mão firme de Valêncio Xavier que, como poucos, alcançou excelência no tratamento da fragmentação.
Sua obra depura e atualiza o Nouveau Roman [movimento literário francês dos anos 1950 que diverge dos gêneros literários clássicos] e o coloca ao lado de escritores consagrados como Osman Lins, Julio Cortázar e outros.
Perfil
Valêncio Xavier nasceu em São Paulo, em 1933. Foi colaborador dos jornais Gazeta do Povo e Folha de S. Paulo. Também trabalhou na realização de filmes, vídeos e programas de televisão.
O livro “O Mez da Grippe” ganhou o Prêmio Jabuti de melhor produção editorial em 1999. O autor morreu em dezembro de 2008 por complicações de pneumonia.
O projeto “Leituras Urbanas: Literatura nas Ruas da Cidadania” foi viabilizado pelo Programa de Apoio e Incentivo à Cultura, Fundação Cultural e Prefeitura Municipal de Curitiba com auxílio da UNINTER e Instituto Joanir Zonta.