O projeto cultural gratuito Minha Biblioteca Viva chegará à cidade de Bituruna (PR) nos dias 3, 4 e 5 de agosto. A intenção é incentivar a leitura, revitalizar as bibliotecas de escolas públicas e democratizar o conhecimento.
A caravana está visitando cidades paranaenses com menos de 20 mil habitantes até outubro deste ano; justamente para facilitar o acesso aos livros e ao universo literário nessas localidades. A trupe já passou por São João do Triunfo, Cândido de Abreu, Tibagi, Chopinzinho e ainda visitará Faxinal, Carlópolis, Sengés e Turvo.
“Uma equipe de três profissionais – formada por bibliotecária, mediador de leitura e contadora de histórias – visitará o município de Bituruna e permanecerá no local realizando diferentes ações com os estudantes, professores e coordenadores. Em seguida, o trio se desloca para outra região, seguindo uma escala”, explica o idealizador do projeto, Cristiano Nagel.
Atividades em Bituruna
Em Bituruna serão realizadas diversas atividades culturais na Escola Estadual Novo Milênio, Escola Frei Thiago Luchese, Colégio Estadual Santa Bárbara, Escola Municipal Dr. Oscar Geyer e no Anfiteatro Romilde Vanzin.
A programação envolve duas Oficinas de Gestão de Acervo e Revitalização de Bibliotecas. Os trabalhos serão coordenados por Andressa dos Santos [formada em biblioteconomia], Cristiano Nagel e pela atriz e escritora Lilyan de Souza.
Eles vão abordar ações para tornar as “bibliotecas vivas” – tais como clube de livros, contações, mediações de leitura – as formas de dinamizar o acervo, escolha de repertórios, organização de espaço com o volume de livros, higienização, conservação e métodos de empréstimo. Ao mesmo tempo, vão estimular a leitura, a discussão, a socialização, o uso da biblioteca, o espaço a ser explorado e o aprendizado que pode ser alcançado nesse ambiente.
Os encontros serão destinados aos professores, agentes de leitura e turmas de formação de docentes.
Prática do letramento
A Roda de Leitura é outra atividade do projeto e que será realizada em Bituruna. Essa ação é uma prática pedagógica e cultural relacionada ao ato de ler conjuntamente, muito utilizada com leitores em formação (crianças de séries iniciais do ensino fundamental). O objetivo é desmistificar a leitura como algo obrigatório, mostrando que ela é prazerosa e acessível. A principal função do mediador é a de servir de ponte entre o texto e o leitor.
As turmas do projeto vão receber cópia do texto para acompanhar o mediador. O encontro também ajuda as crianças a conhecer outras pessoas e histórias, permite que se expressem, falem de si e ouçam o outro.
Contato com o livro
O idealizador do projeto também será o responsável pela Oficina de Mediação de Leitura de Literatura Infantil.
Cristiano Nagel – que é ator, escritor, mediador de leituras, contador de histórias, especialista em Narrativas Visuais pela UTFPR e produtor cultural – terá como foco a busca de um repertório de textos infantis para que os pequenos tenham o contato com o livro, desfrutem as belezas dos contos de fadas tradicionais, até suas releituras.
Os vínculos afetivos terão especial atenção nesta atividade, pois eles ajudam no prazer literário. “Pelo olhar se estabelece o diálogo com as crianças e elas são capazes de fazer muitas análises. Elas expressam sua atenção e interesse pelo movimento, brincadeiras e comentários. O jeito como nos relacionamos com os pequenos e com os livros pode ser determinante na formação delas, enquanto sujeito leitor”, explica Nagel.
A voz na leitura
Quem quiser desenvolver as capacidades poéticas a partir da “voz do texto” ou das narrativas orais vai se deliciar com a Oficina de Voz e Mediação de Leitura. A ministrante Lilyan de Souza – que é jornalista, educadora, atriz e escritora – trará reflexões sobre os estudos teóricos da performance, da leitura, da voz e do teatro para explorar esses conceitos de forma prática.
Ela também vai mostrar como uma abordagem performativa – centrada na potencialização dos elementos sonoros presentes nos textos literários – pode auxiliar no trabalho de incentivo à leitura e na expansão da narrativa pela voz, para além do corpo.
Lilyan também vai coordenar dez sessões de Contações de Histórias para estimular a imaginação, a oralidade e a escrita.
Ainda haverá a doação de ecobags aos alunos das escolas atendidas, que servirão de veículo para retirada de livros na biblioteca escolar. Serão 200 sacolas que os alunos poderão personalizar com seu nome e criar o hábito de emprestar livros semanalmente ou quinzenalmente. Ao mesmo tempo, haverá a doação de 100 livros infantis para cada biblioteca das escolas de Bituruna.
“Com todas essas ações queremos resgatar o hábito de visitar e frequentar as bibliotecas escolares. Esses espaços são muito ricos em conhecimento, mas foram deixados de lado ultimamente. Também pretendemos estimular o prazer da leitura e contribuir para que as crianças se aproximem dos livros e do ambiente cultural desde cedo”, ressalta Cristiano Nagel.
O projeto Minha Biblioteca Viva foi aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura (Profice) da Secretaria de Estado da Comunicação Social e da Cultura do Governo do Paraná e tem apoio da Companhia Paranaense de Energia (Copel).
Todas as oficinas são gratuitas e as turmas já estão completas. Informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Bituruna.