A doação de sangue é um ato de solidariedade. Essa atitude simples, rápida e segura pode salvar a vida de até quatro pessoas. Amanhã (14/06) comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue – justamente num período de dias frios, quando os estoques dos hemocentros diminuem.
Dados de 2022 do Ministério da Saúde mostram que 16 a cada mil habitantes são doadores de sangue no país. O percentual corresponde a 1,6% da população brasileira e está dentro dos parâmetros preconizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que recomenda que 1% a 3% da população de cada país seja doadora.
“Apesar de estar dentro dos indicadores da OMS, precisamos conscientizar as pessoas sobre esse importante gesto humanitário, que é seguro e de fundamental importância à toda sociedade; especialmente nos dias mais frios, quando as doações diminuem”, reforça o presidente do Conselho Regional de Biomedicina do Paraná 6ª Região (CRBM6), Thiago Massuda.
As doações de sangue no Estado podem ser feitas no Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) de Curitiba, Cascavel, Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Pato Branco, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Paranavaí, Campo Mourão, Umuarama, Paranavaí, Apucarana e demais Unidades de Coleta e Transfusão de Sangue no Estado. O Hemepar é responsável pela coleta, armazenamento, processamento, transfusão e distribuição de sangue para 384 hospitais públicos, privados e filantrópicos que atuam em todas as regiões do Paraná.
Dúvidas comuns
“A conscientização sobre a importância da doação e a desmistificação desse gesto devem ser rememoradas sempre para que nossa população adquira o hábito de doar sangue e entenda a grandeza desse lindo gesto que salva inúmeras vidas”, destaca o biomédico do CRBM6, especialista em Hematologia Clínica e Laboratorial, Caio Bellini.
Para esclarecer algumas dúvidas comuns sobre o gesto de doar sangue, Bellini responde às questões:
- Doar sangue é seguro?
Sim. O volume de sangue coletado gira em torno de 450ml, lembrando que nosso organismo tem volume médio de 5 litros. Por isso, é uma quantidade segura e suficiente para salvar até quatro vidas. - Posso pegar alguma doença ao doar sangue?
Não, todos os materiais utilizados na doação de sangue são estéreis e descartáveis. - Quanto tempo o organismo leva para repor o sangue doado?
Nosso corpo repõe o volume da doação nas primeiras 72h após a doação. - A doação de sangue afina ou engrossa o sangue?
A doação de sangue não afina nem engrossa o sangue. Após a doação, existe a reposição do volume e componentes do sangue pelo próprio organismo até atingir um equilíbrio existente antes da doação. - Quem teve Covid-19 pode doar sangue?
Quem tomou a vacina deve aguardar 7 dias após a aplicação para doação. Quem teve a Covid-19 deve aguardar um período de 15 dias após a cura da doença. - Há algum substituto para o sangue?
Não há nenhum substituto para o sangue. O paciente que necessita de transfusão irá receber os materiais que lhe carecem. Por exemplo, paciente em quimioterapia que apresentam anemia grave, irá receber concentrado de hemácias; pacientes leucêmicos com contagens de plaquetas baixíssimas irão receber concentrado de plaquetas. A transfusão é adaptada à necessidade do receptor. - O que é preciso para doar sangue?
Podem doar sangue pessoas entre 16 e 69 anos e que estejam pesando mais de 50kg. Além disso, é preciso apresentar documento oficial com foto e menores de 18 anos só podem doar com consentimento formal dos responsáveis. Pessoas com febre, gripe ou resfriado, diarreia recente, grávidas e mulheres no pós-parto não podem doar temporariamente. - É necessário estar em jejum para doar sangue?
O doador não deve estar em jejum, mas é importante evitar alimentos gordurosos três horas antes da doação. - Quanto tempo dura a doação de sangue?
O procedimento todo (cadastro, aferição de sinais vitais, teste de anemia, triagem clínica, coleta do sangue e lanche) dura em média 40 minutos. - Quantas vezes por ano posso doar sangue?
Para homens, o intervalo mínimo entre as doações é de 60 dias (com até quatro doações no período de 12 meses). Para mulheres, o intervalo mínimo é de 90 dias (com até três no período de 12 meses).