Cultura e Lazer

Mostra Mulheres em Cena – Gira chega a Curitiba

Com o desejo de fomentar o trabalho de mulheres nas artes cênicas e criar um espaço para encontros, trocas, debates e ações poéticas, a Mostra Mulheres em Cena – Gira será apresentada pela primeira vez em Curitiba. A programação conta com oito espetáculos e acontece de 17 a 19 de outubro na Casa Hoffmann – Centro de Estudos do Movimento e no Teatro Laboratório (TELAB) da Faculdade de Artes do Paraná/ UNESPAR. A entrada é gratuita.

A Mostra Mulheres em Cena – Gira é uma nova proposta do projeto Mulheres em Cena, que surgiu de forma independente desde 2018 pela Cia. Fragmento de Dança, de São Paulo. A ação de circulação, realizada pela primeira vez este ano, reúne artistas que já se apresentaram em edições anteriores e também convidados de cada cidade. O Circuito já passou pelo Rio de Janeiro em setembro, São Paulo no começo de outubro e agora chega a Curitiba, com curadoria e produção local de Gladis das Santas.

A programação inclui criações de Ludmila Aguiar Veloso, Gladis das Santas, Malu Martins, Stephanie Fernandes, Cia Fragmento de Dança (Maitê Molnar e Vanessa Macedo), Renata Roel, Regina Miranda em parceria com Lígia Tourinho e Princesa Ricardo Marinelli. Além das apresentações, faz parte do evento uma roda de conversa com os artistas participantes.

Em Curitiba, o evento acontece em parceria com a Casa Hoffmann e com o Colegiado de Licenciatura em Dança da UNESPAR.

Mostra Mulheres em Cena

Em sua 8ª edição, a Mostra Mulheres em Cena tem promovido discussões relacionadas a gênero, representações e performatividades do feminino. Desde a primeira edição, o projeto recebeu 84 trabalhos de dança, performance e teatro e realizou uma série de ações formativas, fóruns e um intercâmbio com artistas de várias regiões do país.

Confira a programação completa da Mostra Mulheres em Cena – Gira:

17 de outubro, às 19h – Casa Hoffmann

Céu da Boca, com Ludmila Aguiar Veloso (Curitiba)

Sinopse: Céu da boca é uma dança que se faz de cócoras. Vai de encontro com a garganta, o grito e o chão. Ela grita sem que qualquer som escape. É silencioso. É uma abertura por dentro. Da garganta à pelve. Da pelve ao chão.

Duração: 30 min

Classificação indicativa: 14 anos

Maria samambaia faz 50 anos ou desaparece na selva, com Gladis das Santas (Curitiba)

Sinopse: Maria Samambaia faz 50 anos ou desaparece na selva diz sobre como não foi possível se tornar uma cantora, uma patinadora do gelo ou uma mãe maravilha e a dança aparece como mudança de rumo e celebra uma trajetória de vida onde fazer aniversário é assoprar uma vela, dublar a música preferida, brindar com as pessoas que importam ou apenas e simplesmente perceber o que se perde, esfarela com o tempo: os sonhos, desejos, músculos, memórias. Se comemora o que, às vezes, morre em vida, escapa, desaparece e há quem diga, se transforma, encontra outras potências.

Duração: 60 min

Classificação indicativa: 18 anos

18 de outubro, às 9h30 – TELAB UNESPAR

Marmoris, com Malu Martins (Curitiba)

Sinopse: Marmoris é uma pintura no espaço que se entrega ao entrelaçamento de duas vertentes de dança distintas, carregadas de vivências ainda mais diametralmente opostas: o Balé Clássico e o Vogue. Uma experimentação de estéticas do movimento que esculpiram a vivência em Dança deste corpo, evidenciando as marcas de diversos paradoxos sociais, culturais e discursivos.

Duração: 15 min

Classificação indicativa: Livre

Corpos D’ água, com Stephanie Fernandes (Curitiba)

Sinopse: “Corpos D’Água” é uma performance solo de Stephanie Fernandes que explora as profundezas da memória e sensibilidade, questionando sutilmente a arquitetura autoritária de Curitiba. Inspirada na obra “Água pro Morro” de Erbo Stenzel e na figura histórica de Anita Cardoso Neves, a performance reflete sobre a força dos nomes, histórias e vozes que resistem ao colonialismo. Fernandes utiliza seu corpo para conectar essas narrativas, lembrando-nos da fluidez da ancestralidade que, como a água, encontra sempre um caminho, transmutando colonialidades.

Duração: 25 min

Classificação indicativa: 14 anos

10h30 Roda de conversa: Entre tantas mulheres: invenções de mundos em danças (im) possíveis, com artistas integrantes do Circuito (10h30)

18 de outubro, às 19h – Casa Hoffmann

No te Vayas, com Cia Fragmento de Dança (São Paulo)

Sinopse: Numa busca incansável por si mesmo, tateamos o impossível. Talvez um outro tempo se anuncie, dizendo que não há fim, é sempre meio de caminho. Procura. Em No te Vayas, dois corpos testemunham a força do invisível. E lá, num espaço-sensação que não se define na forma, nem no tempo, criam seu pacto de transcendência. Sugerem ser duplo e avesso um do outro. Espelho. Sombra. É possível que o mito da alma gêmea faça sentido.

Duração: 30 min.

Classificação: 12 anos

Princípio Esquecimento, com Renata Roel (Curitiba)

Sinopse: Princípio Esquecimento convoca a memória. Compõe corpo, palavra e sonoridade numa dramaturgia que se debruça no movimento entrelaçado ao tempo – para que imagens se criem e se tornem outras na duração. A tentativa é que a palavra e o movimento não se fixem e definam significações, que criem lapsos de sentido, promovam aberturas em trânsitos onde o corpo possa, por instantes, esquecer e lembrar ser corpo, se tornar horizonte, cavalgada, intimidade, habitar a distância não calculável da terra com o sol e perceber o tempo com as crateras na superfície da lua.

Duração: 35 min

Classificação: 18 anos

19 de outubro, às 19h – Casa Hoffmann

Pedras Soltas, com Lígia Tourinho, direção de Regina Miranda (Rio de Janeiro)

Sinopse: Aborda a obra da escritora, jornalista, tradutora e dramaturga Patrícia Galvão, a Pagú, que tornou-se amplamente conhecida como a bela e mítica “musa do Modernismo brasileiro”, voltando-se principalmente para os textos escritos durante sua experiência na prisão, entre 1936 e 1940, e para a experiência corporal advinda do isolamento e das torturas físicas e emocionais que sofreu. Lígia Tourinho recoloca em cena a mulher radical, que se revolta e resiste sem entregar os pontos à loucura e à impotência. Baseada em “Até onde chega a sonda” (1939), texto escrito por Pagu enquanto estava na prisão, mais do que um diário de sobrevivência, a performance expressa a situação limite em que a autora se encontrava.

Duração: 28 min.

Classificação: 14 anos

Sobrou só o corpo, com Princesa Ricardo Marinelli (Curitiba)

Sinopse: E se sobrar só o corpo, o que sobra de possibilidades de performatividade? Como diferentes modos de ser corpo se evidenciam a partir do desnudamento? É possível sobrar só o corpo? Onde começa e onde termina, afinal, o que chamamos corpo? O que acontece se voltamos nossa atenção exclusivamente para as ficções que o corpo-materialidade-ancestral-futurística pode gerar?

Duração: 40 min

Classificação indicativa: 18 anos