A comunidade do Hauer, na capital paranaense, se prepara para a 66ª Festa em Honra a Santa Rita de Cássia, conhecida como a “Santa das Causas Impossíveis”.
A programação do santuário [que tem o mesmo nome da padroeira e fica rua Padre Dehon, 728, Hauer, Curitiba, PR] começa na segunda-feira (13/05) e vai até dia 22/05, com extensas atividades religiosas e sociais.
A tradicional novena de Santa Rita inicia em 13/05, às 19h, e marca o primeiro dia da Festa em honra à padroeira.
Missa campal será celebrada por Dom Murilo S. Ramos Krueger.
Em 2024 o dia festivo será no domingo (19/05) e terá missa campal às 10h, novenas, almoço com filé de igreja, show de prêmios (bingo), quermesse, venda de artigos religiosos e do tradicional bolo de Santa Rita.
Como explica o pároco do Santuário Santa Rita de Cássia do Hauer, pe. Nilson Helmann, scj, “a missa campal será celebrada às 10h por Dom Murilo S. Ramos Krueger, scj – Arcebispo Emérito de São Salvador da Bahia”.
“Dom Murilo ajudou a fundar o Movimento Shalom, em 1971. Foi Bispo Auxiliar de Florianópolis, Ponta Grossa e Arcebispo de Maringá. Em 2011 foi nomeado membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a CNBB. Em 2015 foi eleito vice-presidente da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil”, complementa.
Dia Devocional
No dia 22/05 (quarta-feira, Dia de Santa Rita de Cássia), a primeira celebração será às 7h e diversas outras vão acontecer ao longo do dia, junto com venda de artigos religiosos, rosas, pastel e bolo.
Às 19h ocorre a missa principal, seguida de procissão luminosa pelas ruas do bairro Hauer. A programação completa dos festejos está disponível nas redes sociais e no site do Santuário pelo https://www.festa.santuariosantaritadecassia.com.br/noticias
Bolo da solidariedade
Popular entre os devotos que visitam anualmente o Santuário do Hauer, o bolo de Santa Rita ganha um caráter solidário em 2024 para auxiliar as pessoas atingidas pelas cheias no Rio Grande do Sul.
De acordo com o pároco, pe. Nilson Helmann, scj, de cada fatia de bolo vendida, R$ 1 (um real) será revertido para comunidades católicas gaúchas. Neste ano, a expectativa é vender 10 mil fatias de bolo. A iguaria será comercializada apenas nos dias 16, 18 e 19/05, a partir das 14h. No dia 22/05, a venda acontece o dia todo.
Segundo a tradição, quem encontrar uma medalhinha com a miniatura da imagem de Santa Rita de Cássia no meio do bolo receberá bênçãos, em breve.
Unidade, fé e reconstrução
Padre Nilson Helmann, scj, observa que este é um momento de unidade, fé e reconstrução. “Como irmãos, temos que nos unir em oração e solidariedade para auxiliar na reconstrução do Rio Grande do Sul, trazendo conforto espiritual e auxiliando no aspecto material. Este também é um momento para exercitar o desapego e a compaixão”, argumenta o sacerdote.
O pároco destaca que o Santuário do Hauer recebe milhares de pessoas ao longo da semana festiva, sendo que os maiores movimentos devem acontecer no domingo (19/05) e na quarta-feira (22/05), quando o altar fica repleto de rosas que são oferecidas pelos devotos.
“Esse é sempre um momento de muitas graças em nossa comunidade. Para isso, preparamos nove dias de oração, sempre às 19h, contando um pouco da história de Santa Rita de Cássia, seus desafios e modelo de virtudes. A exemplo do ano passado, o Santuário irá proporcionar um tipo de gastronomia todas as noites e uma linda festa no dia da missa campal, voltada a atender fiéis e devotos de todas as idades”.
Almoço festivo
Conforme a tradição, a comunidade do Hauer está envolvida na produção do famoso almoço de Santa Rita. No dia 19/05 (domingo) será servido o popular filé de igreja a partir das 11h.
Serão disponibilizados 1.200 kits de churrasco que contém: filé de igreja, salada, pão e maionese. O kit serve dois adultos e está sendo vendido a R$ 99,00. Os convites já podem ser adquiridos na secretaria do Santuário e pelos tels. 41-3276-2075 / 3278-6557.
Modelo de Virtudes
Santa Rita nasceu na Itália, em 1381. Chamada Margherita, ganhou o carinhoso apelido de Rita com o qual seria conhecida no mundo todo, associado ao título de “Santa das Causas Impossíveis” e também da “Santa do Perdão”.
Sua história de fé começa com um casamento contrariado e com um homem temperamental com o qual teve dois filhos. Durante os 18 anos do matrimônio, Rita procurou pregar a paz e a harmonia no lar e, à custa de muita oração, abrandou o temperamento forte do esposo.
Um dia, entretanto, seu marido foi brutalmente assassinado e jogado à beira de uma estrada e os filhos juraram vingança. Para evitar que seus filhos fizessem o mal a terceiros, Rita pediu que Deus os protegesse e, se fosse o caso, levasse suas almas. E foi o que aconteceu. Os dois morreram, vítimas de uma doença sem cura, após perdoarem os criminosos que tanto odiavam.
Abalada com a morte do esposo e dos filhos, Rita desejou recolher-se ao Convento das Agostinianas de Cássia, mas não foi aceita. Com espírito fervoroso, rogou aos santos de sua devoção: São João Batista, Santo Agostinho e São Nicolau de Tolentino. Ingressa no convento com o apoio dos santos, viveu ali 14 anos até sua morte, trazendo na testa um estigma e associando-se assim a um dos momentos mais fortes da crença católica: a Paixão de Cristo.
Antes disso, teria pedido a uma parenta uma rosa vermelha e dois figos do antigo jardim de seus pais. Não era tempo de rosa e nem de figo, mas, para a surpresa da mulher, havia uma linda rosa vermelha e dois figos maduros despontando em meio ao jardim.
Corpo intacto
Rita morreu no mosteiro de Cássia, em 22 de maio de 1457 e não foi sepultada; seu corpo permaneceu exposto no oratório até 1595, ocasião em que foi transferido para a igreja anexa ao mosteiro, hoje dedicada a ela. Até hoje seu corpo permanece intacto.
Canonizada em 1900, é modelo e amparo para milhares de pessoas, sendo considerada nos dias atuais como uma das santas mais populares do mundo. Segundo o Papa João Paulo II, “Rita foi reconhecida ‘santa’ não tanto pela fama dos milagres que a devoção popular atribui à eficácia de sua intercessão junto de Deus. Porém, muito mais pela sua assombrosa ‘normalidade’ da existência quotidiana, por ela vivida como esposa e mãe, depois como viúva e enfim como monja agostiniana”.